Os balanços do Bastonário

Diz aqui que o bastonário da Ordem dos Advogados convocou uma conferência de imprensa para fazer o "balanço de 2 anos na Justiça".

Pensei que depois iria poder ler algo semelhante ao que encontrei, por exemplo, nesta entrevista ou então neste "post".

Afinal, e a julgar pelo que leio aqui, aqui, aqui e ainda aqui, está tudo bem, excepto, talvez, as férias judiciais, que parece que até não ficarão mal de todo, desde que se suspendam os prazos na última quinzena de Julho e na primeira de Setembro.

Enfim...

Mudanças - Advocacia - II

Há uns tempos atrás descobri o Anonymous Lawyer e, de imediato, fiquei fã. Aí são contadas, sempre em tom vivo e mordaz, histórias das trincheiras, escritas por um hipotético "hiring partner" de uma grande "law firm" de uma grande cidade.

Para mim, este blog é uma espécie de livro do Robert Heinlein ou do Isaac Asimov: ficção sobre uma realidade que, mais tarde ou mais cedo, vai chegar ao mundo onde vivo.

Sei que não sou a única a pensar assim. Lembro-me que há uns "posts" atrás recomendei a leitura deste artigo da autoria do Dr. Tiago Rodrigues Bastos, recentemente publicado no BOA, que muito acertadamente chama a atenção para a necessidade de se ponderar como deve ser a relação entre as sociedades de advogados e os associados.

Por outro lado, através dos muitos advogados estagiários que vou conhecendo, também me vão chegando sinais de que a realidade retratada no "Anonymous Lawyer" já não é assim tão ficção quanto isso, pelo menos em determinadas sociedades de advogados lisboetas.

Por tudo isto convido-o a ler este post, a propósito da inesperada morte de um jovem advogado inglês, que recentemente havia ascendido à categoria de "associate" de uma das maiores sociedades de advogados da City, noticiada aqui, aqui e também aqui , na esperança de que, pelo menos para alguns, isto sirva de aviso.

"The Real Issue - Everyone Deserves A Legal Defense"

Li aqui que um advogado americano, a exercer funções de "deputy assistant secretary of defense for detainee affairs", declarou, numa entrevista, que as grandes empresas americanas não deviam contratar as sociedades de advogados cujos membros têm vindo a patrocinar, em regime de "pro bono", os "terroristas" presos em Guantanamo.

A resposta da American Bar Association é aquilo que seria de esperar.

Já agora, leia também as declarações deste professor de Harvard.

Talvez agora o Gonçalo consiga perceber melhor o que é que eu queria dizer no texto que ele cita aqui :-)