Obscurantismo linguístico

Já leste o Diário da República, hoje? perguntaram-me. Não tinha lido. Fui ver e lá estava: um link a castanho para cada diploma, com esta fascinante descrição : «resumo em português claro». Um achado, é o que é! Quer então dizer que o legislador escreve em português obscuro? E que tal obrigar o legislador a escrever em português simples? E depois ainda há os que ajudam a aumentar a complicação, com uma obscura retórica sobre separação de poderes... Que Deus nos ajude!...

«Quousque tandem abutere...»

Diz que está «à espera da primeira voz que se erga a dizer que alguma coisa que ali está não é correcta, ou não é verdadeira». O meu problema é não saber por onde começar. Talvez pela pág. 147, onde afirma que a Vogal Secretária do CS (eu, à data) participou «por o Bastonário não ter respondido a uma interpelação feita aos órgãos de comunicação social, pelo próprio Presidente do Conselho Superior». Sobre isto tenho a dizer o seguinte:  é verdade que subscrevi a participação que deu causa a este processo, mas é absolutamente falso que a participação tenha este fundamento . Desafio-o, por conseguinte, a tornar pública cópia do documento em causa, para que se veja. E já que entendeu referir-se publicamente a este assunto e está a usá-lo como tema de campanha eleitoral, seria conveniente que descrevesse (de forma rigorosa, entenda-se) a evolução que o processo disciplinar teve e o estado em que se encontra, indicando, designadamente, se constituiu mandatário/a(s) para assegurar a sua defesa. E se constituiu, então que o/a(s) identifique muito claramente . Se quer mesmo que a verdade se saiba, então faça o favor de a contar toda!