Em 21 de Julho de 1976, o Bastonário Mário Raposo, numa entrevista ao «A Luta», que encontrei na ROA, explicou que a Ordem dos Advogados, constituída por advogados «que consideram que o serem é a mais inderrogável constante da sua vida», «foi sempre - agora como há dez, vinte ou quarenta anos - um exemplo ímpar de pluralismo, que a ninguém marginaliza (...)». Daí que todos os bastonários, antes e depois dele, sempre tivessem entendido como sua particular missão «coser» este original «tecido», cientes que a especial força da instituição assenta, precisamente, na capacidade de unir uma realidade que sempre foi plural. Um bastonário é, por definição, o «advogado dos advogados», o que fala por todos, aquele a quem foi atribuída a responsabilidade de «transportar o bastão» que a todos pertence. Não compreender isto é não entender a ideia de Ordem, é desconhecer o que representa ser bastonário, e neste caso, haverá quem aguente?