Às vezes são afirmações desrazoáveis, outras vezes aquelas para as quais não descortino fundamento, ou me parecem aleivosas, ou ainda absurdas, normalmente são essas que prendem a minha atenção e depois aqui «afixo». Hoje «apeteceu-me algo», tipo «bombom moralizador», algo que me faça ter vontade de continuar, porque nesta vida que eu levo, fazendo o que faço, há dias em que é particularmente difícil manter recto o ângulo. Vagueando na net, um pouco à deriva, fui ter à definição de «carácter» que abaixo transcrevo. Não li o livro, não sei se reproduz o que foi escrito de forma fidedigna, mas ainda assim, aqui fica:
«Obedecer aos próprios sentimentos? Arriscar a vida ao ceder a um sentimento generoso ou a um impulso de momento... Isso não caracteriza um homem: todos são capazes de fazê-lo; neste ponto, um criminoso, um bandido, um corso certamente superam um homem honesto. O grau de superioridade é vencer em si esse elã e realizar o acto heróico, não por um impulso, mas friamente, razoavelmente, sem a expansão de prazer que o acompanha. Outro tanto acontece com a piedade: ela há-de ser habitualmente filtrada pela razão; caso contrário, é tão perigosa como qualquer outra emoção. A docilidade cega perante uma emoção - tanto importa que seja generosa ou piedosa como odienta - é causa dos piores males. A grandeza de carácter não consiste em não experimentar emoções; pelo contrário, estas são de ter no mais alto grau; a questão é controlá-las e, ainda assim, havendo prazer em modelá-las, em função de algo mais.»[Friedrich Nietzsche, in 'A Vontade de Poder']
«Obedecer aos próprios sentimentos? Arriscar a vida ao ceder a um sentimento generoso ou a um impulso de momento... Isso não caracteriza um homem: todos são capazes de fazê-lo; neste ponto, um criminoso, um bandido, um corso certamente superam um homem honesto. O grau de superioridade é vencer em si esse elã e realizar o acto heróico, não por um impulso, mas friamente, razoavelmente, sem a expansão de prazer que o acompanha. Outro tanto acontece com a piedade: ela há-de ser habitualmente filtrada pela razão; caso contrário, é tão perigosa como qualquer outra emoção. A docilidade cega perante uma emoção - tanto importa que seja generosa ou piedosa como odienta - é causa dos piores males. A grandeza de carácter não consiste em não experimentar emoções; pelo contrário, estas são de ter no mais alto grau; a questão é controlá-las e, ainda assim, havendo prazer em modelá-las, em função de algo mais.»[Friedrich Nietzsche, in 'A Vontade de Poder']