A imprensa anuncia que uma «mega-estrela» internacional, a viver o que aparenta ser um casamento disfuncional, pretende comprar uma casa no Allgarve para aí passar a residir com os filhos, e as autoridades locais logo rejubilam: “Gostamos que pessoas como ela vivam em Lagos. Ela já demonstrou um forte sentido social. Acho que vai fortalecer os laços familiares.” Pode ser até [digo eu, claro] que resolva adoptar mais umas quantas crianças, que desta forma terão uma oportunidade de escapar a um destino semelhante ao que teve aquela infeliz Joana, que vivia para os lados da Mexilhoeira Grande. Rejubilam, ainda, os incautos leitores, aliviados por descobrir que malgré tout, gente de «categoria» está disposta a viver neste país que outros, na revista ao lado, vêm condenado, porque «o regime acabou, faliu». Nesta Babel mediática, em que diariamente chafurdamos, é difícil ter uma noção minimamente verdadeira do «país real», dos costumes e carácter das suas gentes, mas se tivesse de escolher talvez optasse por esta aqui : mais de 700 pessoas reuniram-se numa quinta isolada para jogar à batota e acabaram vítimas de um assalto perpetrado por 3 deles. Ora é esta mesma multidão de gente anónima, insuspeita, impoluta, gente que todos os dias ouvimos clamar, indignada, e emitir juízos a torto e a direito, sobre tudo e todos, que os media convocam para julgar, no tribunal da «opinião pública», outros que, não sendo «mega-estrelas» populares, serão credores, pelo menos, de respeito. Veja-se, a título meramente ilustrativo, este exemplo. Haja paciência!
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