O DN publicou, na passada sexta-feira, dia 29, dois artigos sobre a Ordem dos Advogados (cfr. aqui e aqui) , o primeiro dos quais sobre uma alegada "inevitável cisão" e o outro sobre a maior ou menor influência dos seus bastonários "junto do poder".
No dia seguinte, na sessão de encerramento do 80.º aniversário da Ordem, o Bastonário Rogério Alves respondeu aos "profetas da desgraça" com optimismo, afirmando que "os advogados são “um produto de inegável qualidade pública” e “garante do Estado de Direito”". O Secretário de Estado Adjunto e da Justiça confirmou que “ninguém põe em causa a autonomia dos advogados no cenário geral da Justiça” (cfr.aqui).
Apetece-me dizer ao Senhor Secretário de Estado, o que se dizia naquele velho anúncio televisivo: "pois olhe que não parece!"
A mim parece-me que o poder político está apostado em destruir as profissões liberais, tirando partido das dificuldades que estas atravessam (e que em grande parte foram criadas por esse mesmo poder) e da patente desorientação de quem as representa. Prova disto é esta tendência crescente de pôr as profissões a concorrer umas com as outras, sem respeitar as competências próprias de cada uma delas, e a falta de uma reacção adequada, por parte das respectivas ordens.
Entre os advogados, niguém nega a existência de dificuldades, a maioria das quais nem sequer são recentes.
Mas em vez de se procurar optimizar o que existe, os órgãos eleitos querem discutir com os associados a necessidade de alterar regras legais que foram aprovadas há pouco mais de um ano, com o contributo (real ou presumido) de muitas pessoas que, à data, já tinham responsabilidades na gestão da instituição e que hoje vêm dizer que, afinal, essas regras não servem.
E adianta-se como solução para os problemas a "profissionalização das estruturas", não se esclarecendo, todavia, "o quê", muito menos "o como", e dificilmente se descortinando "o porquê", sabendo-se, como se sabe, e no que respeita a recursos disponíveis, que os associados dificilmente terão condições para pagar quotas mais elevadas, sendo ainda conhecida a disposição do Estado em matéria de despesa pública.
Haverá desorientação mais evidente que esta?
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9 comentários:
Durante a semana que antecedeu a AGE não havia jornal que não trouxesse notícia sobre o assunto, uns falando em cisão outros em futuro. A AGE foi no sábado e não ouvi nem li ainda uma palavra sobre a dita (nos media, entenda-se). Terá a desorientação chegado a quem informa ou ou houve algém lúcido que impediu a divulgação da desorientação?
Dr. Joaquim Belchior
Não conheço nenhum colega com esse nome. Se quer mesmo uma resposta, queira fazer o favor de se identificar, que eu respondo-lhe, no sítio próprio, e que desde já lhe digo que não é este.
Nicolina Cabrita
Já agora, e ainda a propósito da existência ou não da intenção de profissionalizar os membros dos órgãos, aproveito para lembrar este excerto do último relatório e contas do CG:
"Com o início do actual triénio, procedeu-se a uma ampla reestruturação dos recursos humanos afectos ao Conselho Geral.
Desde logo, foi extinto o cargo de Directora-Geral, motivado por dois factores: (i) as funções de coordenação passarem a ser exercidas pelo Bastonário e pelos vogais, em especial pela Comissão Executiva; (...)"
Encontram o resto aqui:
http://www.oa.pt/upl/%7B50907265-1765-429e-8fa9-94edd212610c%7D.pdf
Grande desorientação de facto. Começo a sofrer do mesmo, porque tendo estado na AGE de sábado nada vi que se assemelhe à descrição do anónimo (encapotado).
Agora eu não esperaria que o "joaquim belchior" se identificasse. Os autores de ataques soezes só dão a cara quando têm (ou julgam ter)as costas quentes.
Belchior, vamos lá a ver uma coisa. A dra NC teve a coragem de publicar a tua prosa. Terás agora coragem de assumir a tua identidade?
Boa noite. Ao ler os comentários aqui expostos, arrepiei-me.
Em torno de alguma frieza (por gostar do meu bastonário e por ter enorme estima pessoal pelo Dr. Pereira da Rosa, com quem convivi há uns meses atrás) exorto-vos a terem algum fair play e entendimento de que os blogs são giros pela possibilidade de nos manifestarmos, informarmos e permitirmos comentários a quem nos lê.
Aqui, parece-me, houve uma colisão.
Mas , insisto, não vale a pena os meus queridos Colegas dirimirem tão a peito questões de opinião pessoal sobre esta ou aquela pessoa. Eu, por norma, sou pessoa que estimo e considero os meus pares. E, por ser estagiário, respeito e venero os que são mais velhos e sábios. Às vezes (perdoem) falta esta colocação de estagiário para ter moderação e sentido de colocação.
Desculpem a intromissão. Mas escrevo na expectativa de ver colhidas as linhas que vos deixo. Não obstante, permitam, em particular à Dra NC, soube na pretérita 6ª feira termos um amigo em comum. O mundo é pequeno.
Cumprimentos,
GC
Meu Caro Dr. Guerreiro Cavaco,
Estes sítios são assim mesmo.
Há sempre uns "belchiores" por aí, que não passam de uns cobardes. Escudam-se atrás de identidades falsas para poderem dizer, impunemente, as maiores barbaridades. Valem o que valem, isto é: zero :-)
Quanto ao meu Amigo, folgo em saber que temos um amigo comum. Se quiser dar-me notícia disso encontra o meu e-mail no site da OA.
Um abraço
Então Belchior? Não te sobrou um pingo de dignidade?
3) Divida a população em grupos antagónicos, incitando-os a discussões sobre assuntos sociais;
Uma das 10 regras para a subversão de um estado de direito, escrita por Lenin em 1913.
MCump.
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