Há uns dias, num comentário a este «post», do João Carvalho, no DO, tive oportunidade de expressar a minha frustação e desalento relativamente à forma (pouco séria e muitas vezes perversa) como, a meu ver, têm sido discutidos os problemas relacionados com a recentemente aprovada lei, que legalizou a união entre pessoas do mesmo sexo. Frustação e desalento são, infelizmente, sentimentos muito presentes no meu dia à dia, por via deste doentio apego, de que desde tenra idade padeço, ao exercício do livre arbítrio. É que sem um verdadeiro debate de ideias, não existe democracia, e é confrangedoramente triste constatar que trinta e seis anos após a mudança de regime, que institucionalizou a liberdade de opinião, os portugueses continuam a dar provas de não saber fazer uso dela. E enquanto assim for, os dias festivos, em que é suposto comemorar-se a «portugalidade», ficam reduzidos à realidade que, com desassombrada acutilância, Rui Herbon descreveu aqui. Aproveite-se, por isso, o bom que a globalização nos oferece e aprenda-se. Michael Sandel é americano e ensina Filosofia em Harvard. Ouçam-no falar sobre Ética, Justiça e Aristóteles, numa conferência sobre «The lost art of democratic debate», aqui:
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