A amizade perfeita

"Mas a amizade perfeita existe entre os homens de bem e os que são semelhantes a respeito da excelência. Estes querem-se bem uns aos outros, de um mesmo modo. E por serem homens de bem são amigos dos outros pelo que os outros são. Estes são assim amigos, de uma forma suprema. Na verdade querem para os seus amigos o bem que querem para si próprios. E são desta maneira por gostarem dos amigos como eles são na sua essência, e não por motivos acidentais. A amizade entre eles permanece durante o tempo em que forem homens de bem; e na verdade a excelência é duradoura. (...)
Tais amizades são, de facto, raras, porque são poucos os homens desta estirpe."

(Aristóteles in "Ética a Nicómaco", tradução do grego e notas de António C. Caeiro, Quetzal Editores, p.184)

Os homens que perseguem a excelência de forma semelhante, e por isso são amigos, não suportam uma injustiça feita a um amigo. É algo que, pura e simplesmente, não se aceita.

3 comentários:

Anónimo disse...

Pois não, não se aceita. Por isso é que os amigos dizem NÃO em jeito de quase auto-censura e os conhecidos dizem SIM para serem agradáveis no momento. Os primeiros não esquecemos; os segundos reconhecemos (por vezes tarde) que afinal, de amigos, tinham pouco.

Anónimo disse...

É que o conceito de Amizade está banalizado. Poucos têm noção que o Amigo é quase o alter ego, a nossa própria consciência; o que abdica e sofre por nós e connosco. Por vezes ri pouco....mas o que interesssa isso? Para rir estão lá todos os outros...

Anónimo disse...

Não se aceita e não se pode aceitar. Podemos ser poucos. Mas estamos cá. Juntos.
Rita Garcia Pereira