Hoje, ao ler este artigo publicado no NYTimes, compreendi melhor o enquadramento desta notícia do DN, e percebi que no meu "post" de sábado cometi a injustiça de misturar realidades muito diferentes.
Efectivamente, o que está a ser sindicado pela opinião pública americana é a forma como foram utilizados os poderes especiais atribuídos ao Presidente, imediatamente a seguir ao atentado às torres gémeas.
E se é verdade que o executivo americano nem sempre se rege por padrões de civilidade que, na Europa, damos por adquiridos, não é menos verdade que o sistema de "pesos" e "contrapesos", próprio da organização política americana, funciona. Assim o demonstram a recente decisão do Supremo Tribunal de Justiça (cujos juízes são, como se sabe, inamovíveis) e, agora, a decisão de alterar os "Manuais" do Pentágono, tudo sob o escrutínio atento dos "media" e da opinião pública.
Por cá acertam-se, no recato dos gabinetes, as medidas para a Justiça que, no Parlamento, os deputados da Nação irão votar, provavelmente sem grande discussão, e que se admite terem sido, em grande parte, determinadas por um processo judicial, no qual estão directamente envolvidas figuras públicas e dirigentes políticos.
Convém ter presente que uma parte substancial dessas medidas vai mexer com as carreiras dos magistrados em geral, e também, presumivelmente, daqueles que estão a intervir nesse processo, que está ainda longe do seu termo.
Por conseguinte, é fácil perceber que qualquer semelhança entre as realidades acima descritas, a existir, será pura coincidência...
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